PM pode deflagrar greve a partir do dia 2 de dezembro e secretário tenta amenizar impacto das mortes seguidas de policiais.
A paralisação pode acontecer logo após uma assembleia-geral da categoria, no próximo dia 2. Delci Teixeira: "Não há caça a policiais. A maioria morreu quando estava de folga", disparou.
Uma assembléia-geral que está sendo convocada para o próximo dia 2 pode ser o ponto inicial para uma paralisação da Polícia Militar do Ceará. Indignados com o tratamento que vêm recebendo do governo, os policiais militares deverão cruzar os braços por tempo indeterminado. Além da violência que já deixou 24 PMs mortos neste ano, a categoria está sem reajuste salarial desde o ano passado, e a promessa do governador Camilo Santana (PT) de implantar a “Média do Nordeste” não foi cumprida.
E para inflamar mais ainda os ânimos da classe, o secretário demissionário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Delci Teixeira, afirmou em entrevista publicada nesta sexta-feira ao jornal Diário do Nordeste, que, “não estão caçando policiais”, numa tentativa de aplacar os impactos da matança de agentes policiais no Estado.
Ainda de acordo com a reportagem, “dentre os policiais mortos, apenas oito estavam de serviço, 13 estavam de folga e cinco eram da Reserva Remunerada ou reformados”. E Delci disparou mais uma vez contra a categoria: “Em diversas situações, nós tivemos policiais que estavam de folga. Eles estavam com a família e acontece o inesperado, o assalto”.
E disse mais: “Nós não podemos creditar à Justiça essa sensação de insegurança, nem à Polícia. Eu creditaria às leis frouxas que nós temos e que têm que ser mudadas”.
Por fim, Teixeira disse que os assassinatos dos policiais foram provocados por “fatores inesperados e que provocaram o instinto policial das vítimas”.
Em menos de 11 meses de 2016, foram mortos no Ceará 24 policiais militares, dois policiais civis, dois agentes penitenciários, um delegado da Polícia Civil e um policial rodoviário federal aposentado, a maioria absoluta em assaltos ou tentativa de assaltos.
POR FERNANDO RIBEIRO
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